Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
20 de Abril de 2024

TST interrompe penhora de apartamento de embaixada americana

há 9 anos

(Seg, 9 Out 2015 07:30:00)

A Subseção 2 Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho conheceu de recurso dos Estados Unidos da América e suspendeu a penhora de imóvel residencial destinado à execução trabalhista em ação de uma professora contra a embaixada do país, em Brasília (DF).

De acordo com relator, ministro Douglas Alencar Rodrigues, a expropriação deve ser suspensa, pois não ficou comprovado que o bem não faz parte da missão diplomática ou consular americano.

A educadora buscou a 10ª Vara do Trabalho de Brasília requerendo o pagamento de horas extras e os reflexos sobre as demais verbas rescisórias. Na reclamação, a docente indicou imóveis que, segundo ela, não estavam vinculados ao exercício da representação diplomática e poderiam ser objeto de penhora judicial para débitos trabalhistas.

Mandado de Segurança

O juízo de primeiro grau intimou a embaixada americana, mas o país não se manifestou. Com a omissão do estado americano, o juízo considerou que os imóveis indicados não pertenciam à atividade diplomática e determinou a penhora de um apartamento na Asa Sul, área nobre da Capital.

Diante da sentença desfavorável, os Estados Unidos impetrou mandado de segurança no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF/TO), para suspender a expropriação. O TRT indeferiu a segurança, por considerar que o questionamento deveria ter sido feito por meio de instrumento processual ordinário (embargos) e não através de mandado de segurança (artigo 267, inciso I, do Código de Processo Civil).

Os EUA recorreram ao TST, por meio de Recurso Ordinário em Mandado de Segurança, e requereram a interrupção da penhora do bem, apontando violação ao artigo22 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. O ministro Douglas Alencar concedeu a segurança por considerar que a penhora foi baseada nas alegações da professora e do "silêncio" do país diante da intimação na inicial, mesmo sem as devidas comprovações do desvio de finalidade diplomática do apartamento. "É preciso ter presente que, para que o bem do Estado estrangeiro seja excutido, será necessário demonstrar que tal bem não se encontra afeto à atividade diplomática ou consular".

A decisão foi por unânimidade.

(Alessandro Jacó/CF)

Processo: RO - 188-04.2014.5.10.0000

O TST possui oito Turmas julgadoras, cada uma composta por três ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos regimentais e recursos ordinários em ação cautelar. Das decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer à Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1).

Esta matéria tem caráter informativo, sem cunho oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.
Secretaria de Comunicação Social
Tribunal Superior do Trabalho
Tel. (61) 3043-4907
secom@tst.jus.br

  • Publicações14048
  • Seguidores634452
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações414
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/tst-interrompe-penhora-de-apartamento-de-embaixada-americana/241382702

1 Comentário

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)

Decisão medíocre e garantidora de impunidade.
Inverte-se o ônus probatório em benefício da parte mais forte. Se não mudaram a lei hoje cedo, a presunção é de que os bens são penhoráveis, e não o contrário.
E o pior: a inversão é em detrimento de uma professora para beneficiar o Estado mais poderoso do mundo.
Sempre repito isso: a Justiça do Trabalho é uma bondosa mãe na fase de conhecimento e uma pérfida madrasta na execução.
O TST cria "semanas de conciliação" e julga que isso basta para diminuir o congestionamento da execução. continuar lendo