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3 de Maio de 2024

Justiça do Trabalho condena empregador por ameaça à testemunha do empregado

há 11 anos

A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou de tópico recursal no qual empresas pretendiam afastar condenação ao pagamento de multa por litigância de má-fé, decorrente de ato intimidador praticado por um sócio a uma testemunha indicada pelo empregado. Para a Turma, o apelo foi inviabilizado pela necessidade de reexame dos fatos e provas ( súmula nº 126 do TST).

No recurso interposto para o TST, as empresas Automação Comércio Indústria de Impressos Ltda., Autopel Indústria e Comércio de Papel Ltda. e Automação Indústria e Comércio de Rótulos e Etiquetas Ltda., explicaram que a expressão proferida por seu representante de que "o mundo é redondo", não teve a intenção de coagir ou constranger a testemunha. Para elas, o ato teve o objetivo de fazer com que o ex-empregado falasse a verdade.

A testemunha contou ao juiz que, enquanto aguardava a realização da audiência no saguão do prédio em companhia dos outros ex-colegas que também testemunhariam, o sócio das empresas disse-lhe "o mundo dá voltas" e que ele iria precisar da empresa no futuro para obter referências sobre seu trabalho.

Na sentença, além de verbas trabalhistas, o juiz condenou as reclamadas em R$1.500,00 por litigância de má-fé, revertida em favor do autor.

Ao apreciar o recurso ordinário empresarial, o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) entendeu que a atitude do empresário foi contrária à lealdade e boa-fé processual, tratada no art. 14, II, do CPC. Ainda de acordo com Regional, a atitude do empresário revelou, inclusive, a possibilidade de criação de lista negra, conduta que vem sendo combatida pelas autoridades competentes.

De acordo com o relator na Sétima Turma do TST, desembargador convocado Valdir Florindo, avaliar se houve ou não intenção de intimidar, exigiria que fosse feita nova análise do conjunto de fatos e provas dos autos, conduta contrária ao texto da súmula nº 126/TST. Dessa forma, quanto ao tema, o recurso não foi admitido.

A decisão foi unânime. RR-331-55.2010.5.04.0305

(Cristina Gimenes/AR)

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Prezados. Sejamos conscientes; "lealdade e boa-fé processual" é um conceito abstrato e acadêmico. A verdade dos fatos é que se trata de uma "batalha" para ambas as partes e antes deste incauto empresário somente tenho notícia de que havia sido sentenciado por afirmar que o Mundo seria redondo o Sr Galileu que continuou os estudos de Copérnico e foi perseguido por isso e a Igreja Católica, da Idade Média, o condenou a prisão domiciliar por tempo indeterminado.

Voltando a nossa época, considero como culpado os fóruns que colocam ambas as partes num mesmo cubículo (chamado de sala de espera), geralmente sujos e desconfortáveis, o que aumenta a tensão e "stress" dos que digladiarão logo (logo é maneira de dizer....) na sala de audiência, facilitando assim a possibilidade de embates prévios sem mediador. continuar lendo